Possivelmente, os problemas com a infância que enfrentamos hoje são muito diferentes do passado. Atualmente, a sociedade vive em uma cultura hedonista (busca o prazer acima de tudo) e está imersa em uma cultura que privilegia a gratificação imediata, o desejo, o excesso e a autoindulgência. Queremos tudo e queremos agora! O mercado influencia muito nestas características. Pouco tempo atrás você não teria esta smart TV de 40' na sua sala, o smartphone, o carro, as roupas de marca e tudo mais... Antigamente era difícil, mas hoje você pode! Mesmo que não possa... Se não pode, faz em 24x no cartão e paga dois produtos, enforcado pelos juros. Mas não importa, você tem agora! A espera, o sacrifício, o esforço e a renúncia são palavras que não se aplicam a esta lógica hedonista. Antigamente, (quando falo antigamente são +ou- 20 ou 30 anos atrás) não podíamos ter tudo o que queríamos, hoje queremos dar aos nossos filhos tudo o que não tivemos... Pais ficam ansiosos, inseguros e, mergulhados nessas emoções, gratificam os filhos para torná-los mais felizes, pois, nesta lógica, a felicidade está no ter... Brinquedo, salgadinhos, roupas de marca, vídeo game (afinal o play 4 já está ultrapassado), televisão e ar condicionado no quarto (quando um de nos que está lendo isso pode ter algo desse tipo?). Hoje podemos tudo.. Certo? Materialmente sim, emocionalmente cada vez menos. Nunca taxas de obesidade, depressão, ansiedade e suicídios foram tão altas na história da humanidade. Quanto mais temos, menos somos. Na ansiedade de sermos bons pais, esquecemos de ensinar e oferecer o que de mais importante temos. No final das contas os filhos vão sentir falta mesmo e do carinho e atenção genuínas que não tiveram e agradecer por todos os "não" que receberam.
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