Por Débora Koller, psicóloga na Crauss Psicologia.
Com o avançar dos anos, muitas coisas vão mudando na vida da gente. O corpo já não funciona mais como aos 18, a memória pode sofrer alterações, o caminhar e o pensar ficam mais lentos, perde-se familiares e amigos, os filhos saem de casa, nos aposentamos, e podemos adoecer com mais facilidade. Dentre essas doenças, uma muito comum na terceira idade é a depressão.
Então, como identificar se você ou um familiar idoso está deprimido? Os primeiros sintomas apresentados são aqueles relacionados com a alteração do estado de ânimo, tais como:
tristeza e desânimo
perda do interesse pelas coisas que eram feitas anteriormente
dificuldade para se divertir
ideias de culpa ou inutilidade
autocensura e pessimismo
baixa autoestima
hipocondria
falta de esperança
dificuldade de concentração
vontade de morrer
Alguns sintomas corporais ou somáticos também podem aparecer, sendo mais frequentes a insônia, a perda de peso devido à falta de apetite, o cansaço e a falta de energia. Podem existir outras queixas como: disfunções gastrointestinais, vertigem, dores e cefaléia (dor de cabeça).
Um aspecto muito importante aos quais os familiares devem ficar atentos é que a parcela idosa da população tem alto risco para suicídio. A incidência de tirar a própria vida é maior entre idosos do que na população adulta jovem. O idoso chega a tentar o suicídio sete vezes mais do que as outras faixas etárias.
E atenção: algumas vezes, a depressão na terceira idade não se manifesta através de sentimentos de tristeza e vontade de morrer. No entanto, o idoso perde o ânimo e o interesse pelas coisas que antes fazia. Por exemplo, não quer mais encontrar com os amigos, fazer sua caminhada matinal, pescar, preparar um bolo ou almoço pra família, cuidar da casa, sair para a rua, e até os cuidados com a higiene pessoal podem ficar prejudicados.
O que pode ajudar?
Ter uma rede de apoio familiar, na qual a família deve estar presente, apoiando o idoso, fazendo com que ele participe das tarefas de casa e tomada de decisões para estimular a autonomia;
Ter uma rede de apoio social, com amigos, mantendo um círculo de amizades;
Fazer atividades físicas de baixo impacto que auxiliam na parte física, motora, cognitiva e socialização;
Ter atividades prazerosas que contribuem para o bem estar do idoso, desde oficinas, música, artesanato, associações de bairro ou grupos religiosos como forma de interação social, resgate de memória e vivências do passado.
Lembre-se, envelhecer é inevitável, mas a depressão não precisa fazer parte da velhice. O diagnóstico e o tratamento precoce podem diminuir e prevenir as consequências emocionais e físicas da doença. Procure um psicólogo!
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